segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A Contribuição Financeira na Igreja Local.

1ªCoríntios 16.1-2: 2ªCoríntios 8. 1-5, 10-12; 9. 7.

 Por Jesué da Silva Andrade.



Este assunto é um assunto muito atacado por Satanás em nossos dias. E infelizmente muito evitado por muitos irmãos. Mas como todo assunto que a Bíblia aborda ele deve ser estudado e praticado da maneira que a palavra de Deus nos orienta.
Não é porque muita coisa errada é falada com respeito a este assunto que devemos deixar de mencioná-lo e estuda-lo. Que o Senhor nos ajude a compreender as verdades necessárias sobre a contribuição financeira na igreja local.

I. A Verdade sobre o Dizimo.

Antes de pensarmos sobre o assunto da contribuição precisamos falar sobre esta questão a questão do dizimo.

1. A palavra “dizimo” significa décima parte, a sua primeira menção é em Gênesis 14. 18-20, depois em Gênesis 28. 20-22, e a ultima vez em Hebreus 7. 1-10.

2. Havia quatro espécies de dizimo em Israel.

1) O dizimo anual que era dado para os Levitas Levíticos 27. 30-33: Números 18. 21, 24, 31.

2) O dizimo dos dízimos, que os levitas tinham que separar para ser dado ao sumo sacerdote, Números 18. 25-30.

3) O dizimo de três anos que era dado especialmente aos levitas, estrangeiros, pobres e viúvas, Deuteronômio 14. 28- 29.

4) O dizimo que foi estabelecido pelos reis de Israel, 1ºSamuel 8. 15.

Nota: Alem dos dízimos o povo de Israel tinha por obrigação, ofertar com:

a) Os primogênitos, Êxodo 13.1-2, 11-13; 34.19: Levíticos 27. 26.

b) As primícias da terra, Êxodo 22. 29: Deuteronômio 25. 1-3: Neemias 10. 35.

c) As ofertas cerimoniais que era no caso os holocaustos, libações, manjares, pacificas, pelo pecado e etc.

d) A oferta alçada, ou levantada, que era para um propósito especifico, Êxodo 25. 1-2, 8-9; 35. 4-5, 10, 20-22; 36. 6-7: Malaquias 3. 8.

3. O Dizimo não é um mandamento para a igreja.

1) As menções de dizimo em Mateus 23. 23: Lucas 18. 12: Hebreus 7. 1-10, não são mandamentos para a igreja pagar o dizimo. Muitos quando contestados que no Novo Testamento não tem uma ordem que manda os crentes pagarem o dizimo. Citam estes textos, porem é forçar uma interpretação, distorcendo as Escrituras Sagradas, para induzir as pessoas a fazer algo que a palavra de Deus não manda.

a) Em Mateus 23. 23, o Senhor Jesus esta dirigindo o seu discurso não aos seus discípulos, mas aos fariseus que eram homens zelosos da lei. E eles neste zelo pagavam o dizimo até das hortaliças. Porem negligenciavam o mais importante da lei, a fé, o amor e a esperança. Eles (os fariseus) deviam sim observar a pratica do dizimo, porque estava na lei, e era para ser obedecido por eles, mas não podiam omitir o propósito moral da lei. Que era levar as pessoas a fé, ao amor, e a esperança. Isto não é um mandamento para todos os crentes dar o dizimo, mas é uma repreensão aos fariseus, que valorizam esta pratica em demasia, mas não valorizava o real sentido da lei.

b) Lucas 18. 12. Certa vez em uma conversa com um “pastor” denominacional ele me citou este texto dizendo que no Novo Testamento havia um mandamento para os crentes darem o dizimo. Eu fiquei preocupado com a distorção que este homem faz, da palavra de Deus, e como muitos que seguem ele estão terrivelmente em perigo de serem enganados. Este texto está dentro de uma parábola onde o Senhor Jesus esta ensinado sobre o perigo de alguém querer se apresentar perante Deus baseado em suas obras de justiça própria. É a parábola do fariseu e publicano, um que apresentou a Deus o que ele fazia e que como isto (na sua concepção) o tornava melhor do que os outros, e uma das coisas que ele fazia era dar o dizimo de tudo quanto possuía. Enquanto o publicano, que era desprezado por cobrar impostos dos seus conterrâneos para o império romano, orou simplesmente pedindo a Deus misericórdia por ser um terrível pecador. A oração do publicano foi ouvida, e a do fariseu não. Isto não é uma ordenança para darmos o dizimo, antes é até um aviso solene. Não adianta dar o dizimo querendo achar que por causa disso Deus será obrigado a ouvir nossas orações, e fazer tudo o que pedimos. Antes basear que dar o dizimo nos levar a uma postura tal onde Deus será obrigado a ouvir nossas orações, é agir como um fariseu. E Deus não ouvira este tipo de oração acompanhada de pretensão orgulhosa, assim como não ouviu a do fariseu.

c) Em Hebreus 7. 1-10, é usado também forçadamente para induzir as pessoas a pagarem o dizimo em suas denominações. Mas o foco da passagem não é ensinar sobre o dizimo, ou mesmo sobre contribuição, na igreja. Mas é tão somente mostrar que o sacerdócio do Senhor Jesus Cristo é maior do que o sacerdócio de Arão. E para ilustrar esta verdade o Escritor de Hebreus, leva aos cristãos hebreus a considerarem este episodio bem conhecidos por eles do Velho Testamento. Se Abraão deu o dizimo a Melquisedeque, porque este era sacerdote do Deus Altíssimo. Reconhecendo assim o seu Sacerdócio, e Arão que era da tribo de Levi, ainda viria a existência como descendente da Abraão segundo a carne. E em Abraão, o sacerdócio levítico reconheceu por alegoria o sacerdócio de Melquisedeque superior ao seu próprio sacerdócio. Então o sacerdócio de Cristo é muito superior ao de Arão, pois Ele é Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Não é entregar, ou não dízimos que está em questão aqui, mas é o fato de Cristo ser o Sumo Sacerdote, superior ao sumo sacerdote Arão.

2) Nenhum crente que não entrega o dizimo está roubando ao Senhor, o texto de Ml 3. 8 não se pode aplicar a igreja, neste caso teríamos que desconsiderar Romanos 6. 23b: Gálatas 3. 13: Efésios 2. 8.

3) Se a igreja estivesse debaixo da obediência à lei do dizimo, então todos os crentes estariam sofrendo o que está registrado no vs 9 de Malaquias 3, observe Ageu 1. 3-11.Porque mesmo os legalistas defensores da obrigatoriedade do dizimo, não conseguem, e não pagam o dizimo conforme o estipulado pela lei dada por Deus ao povo de Israel, por intermédio de Moisés.

Não importa os que as denominações ensinam, não importa o que digam, ou o que falam nossa responsabilidade, não é com elas. Nossa responsabilidade é com o Senhor Jesus Cristo e com a doutrina dos apóstolos. Em nenhum lugar em Atos vemos a igreja primitiva entregando o dizimo, e em nenhuma das epístolas desde Romanos a Judas vemos uma única ordem para igreja entregar o dizimo.

Alguém já disse que o dizimo poderia ser considerado para o cristão como o mínimo da sua contribuição, ou seja, ele deveria propor em seu coração contribuir pelo menos com o décimo de sua renda. Uma vez que os Israelitas contribuíam com muito mais do que isto, alguém já disse que a contribuição total do povo de Israel era 30% da sua renda bruta.


II. O Ensino bíblico para a contribuição financeira da igreja local.

A primeira menção de contribuição financeira na igreja primitiva é mencionada em Atos 2. 43-44: 4. 32-35. Isto não deve ser entendido como um mandamento. Os apóstolos não pediram isto, não ordenaram isto, era algo que acontecia espontaneamente em relação aqueles primeiros irmãos. E tudo ali era devidamente dividido de maneira que não havia necessitado entre eles.

Porém começou a haver problemas com relação a esta pratica preciosa daquela igreja, Satanás logos atacou este modelo com o caso de Ananias e Safira Atos 5. 1-11 e 6. 1-8: então esta pratica dos primeiros irmãos caiu em desuso no próprio livro de Atos.

Então depois é mencionado uma oferta que os irmãos da igreja em Antioquia enviaram para a igreja em Jerusalém, Atos 11. 27-30.

Onde nós encontramos orientações sobre está questão é nas Cartas do Apostolo Paulo  a igreja de Corinto.

1. Estes princípios são uma ordenança para as igrejas, 1ªCoríntios 16.1, “fazei vós também o mesmo que ordenei as igrejas da Galácia”. Pelo menos quatros igrejas desta região são mencionadas na palavra de Deus, Antioquia da Pisídia, Listra, Icônio e Derbe são as primeiras igrejas formadas através do ministério de Paulo e Barnabé, At 13. 13 a 14. 25. A igreja em Corinto deveria fazer o mesmo que foi ordenado a estas igrejas, e nos devemos fazer o mesmo que a igreja em Corinto, pois esta carta foi dirigida à igreja de Corinto juntamente com todos os santos que todo lugar invoca o Nome do Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. 1ªCoríntios 1. 1-2.

1) Deve ser no primeiro dia da semana, ou seja, a oferta deve ser recolhida no mesmo dia que se celebra a Ceia do Senhor, 1ªCoríntios 16. 2: Atos 20. 6-7.

a) É individual, ou seja, “cada um”.

b) É particular, ou seja, “ponha a parte”, Mateus 6. 1-4.

c) É conforme a condição, ou seja, “o que puder ajuntar”, “segundo a sua prosperidade”, “segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem”, 2ªCoríntios 8. 12.

2) A oferta deve ser voluntária, ou seja, “Cada um contribua segundo o que propôs no seu coração”. Não há estipulação de preço, quem propõe é o contribuinte e não a igreja. Então não existe base para a igreja exigir, cobrar, impor; determinar:

a) O dizimo.

b) Campanhas para arrecadar fundos.

c) Contribuições para realizar alguma reforma, ou algum evento.

d) Fazer ameaças aos membros da igreja com maldições, ou promessas mirabolantes de prosperidade através de testemunhos forjados.

3) A oferta não deve ser dada com tristeza, se a pessoa sente que ao ofertar alguma de suas contas deixará de ser paga, ou alguma necessidade deixara de ser suprida, e isto lhe traz tristeza em seu coração, então ela não deve ofertar tal valor.

4) A oferta não deve ser dada por constrangimento, ou por necessidade, pois Deus ama a quem dá com alegria. Ou seja, se a pessoa da o valor porque é constrangida devido ao apelo, ou pedido de alguém, ou porque ela viu uma necessidade, o aluguel do salão está vencendo, ou porque a conta de luz do salão está vencida, ela não está ofertando ao Senhor. Então ela não deve ofertar, pois a oferta deve ser dada com alegria, ou seja, algo que traz prazer ao coração, e não sentimento de obrigação, ou de orgulho presunçoso.

5) A contribuição financeira é um ministério, 1ªCoríntios 4. 1-2: 2ªCoríntios 8. 1-4, 16-19; 9. 12-13.
Ministério é serviço, um serviço prestado ao Senhor, e a Obra do Senhor. Cada salvo que contribui com suas ofertas ao Senhor, é um servo de Deus, e seu serviço e igual, ou ate maior daqueles que pregam, ou ensinam a palavra de Deus.

6) A contribuição financeira é a prova:

a) Do nosso amor, 2ªCoríntios 8. 8, 24; compare 1ªJoão 3. 16-18.

b) Da nossa obediência à palavra de Deus, 2ªCoríntios 9.13, compare com Tiago 2. 14-17.

7) É seguir o supremo exemplo do Senhor Jesus Cristo, 2ªCoríntios 8. 9.

8) A contribuição financeira na igreja deve ser realizada somente pelos salvos, batizados e em comunhão.

a) Antes de o Espírito Santo mencionar a partilha dos bens dentre os irmãos da igreja primitiva, Ele menciona a conversão, o batismo, e a perseverança deles na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Compare Atos 2. 44-45 com 2. 41-42.

b) Quanto Ágabo profetizou a fome que viria sobre todo o mundo, os discípulos de Antioquia determinaram (propuseram em seus corações), cada um conforme o que pudesse, enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia, At 11. 27-30.

c) O Espírito Santo através do apostolo Paulo ao ordenar a igreja de Corinto sobre a contribuição, da à ordem para o fazê-lo no primeiro dia da semana, pois é o dia em que a igreja reunia para partir o pão, 1ªCoríntios 16.1-2: Atos 20. 7. Se uma pessoa incrédula, ou sem ser batizada, ou em pecado, não é apto para participar da ceia do Senhor, esta também não está apta para contribuir financeiramente com a obra do Senhor.

d) Os macedônios antes de enviar as ofertas deles por mãos do apostolo Paulo se deram primeiramente ao Senhor e depois aos apóstolos, pela vontade de Deus, 2ªCorítios 8. 5. Ou seja, antes de você dar o seu dinheiro ao Senhor, você precisa primeiro dar o seu coração, só assim você estará realmente ofertando ao Senhor. Não adianta da até o salário inteiro para a igreja, se a pessoa ainda não tiver se arrependido de seus pecados, e entregado a sua vida ao Senhor Jesus recebendo Ele como Senhor e Salvador de sua alma.

e) O apostolo João elogiou a Gaio, por ter recebido bem os irmãos que saíram por causa do Nome do Senhor Jesus Cristo, e não aceitaram nada dos gentios (descrentes), 3ªJoão 5-8. Ou seja, estes eram irmãos que haviam saído para o mundo a fora, para pregar o evangelho da salvação em Cristo aos perdidos. E estes irmãos saíram por amor ao Senhor Jesus, eles deixaram suas terras, suas rendas, seus empregos, e talvez até suas famílias, levar a palavra de Deus aos perdidos. E eles foram elogiados por que não receberam nada dos gentios (incrédulos). O texto não fala que eles não pediram, antes que eles não aceitaram. Talvez alguma pessoa descrente até ofereceu algo para eles, mas eles para não causar escândalo ao evangelho, não receberam tal ajuda.

f) Deve se haver reconciliação com os irmãos antes de apresentarmos nossas ofertas, Mateus 5. 23-24. Se dois irmãos em Cristo tiverem qualquer desavença eles devem se reconciliar primeiro antes de ir e apresentar a sua oferta ao Senhor. Se a igreja sabe que há problema entre dois irmãos e aceita a oferta de ambos, antes que estes se reconcilie, ela está sendo conivente com o erro, e está sendo hipócrita, algo que mancha o testemunho da igreja local, e que traz escândalos para a obra de Deus.

III. O propósito da contribuição financeira.

1. O sustento missionário, 1ªCoríntios 9. 1-15, 18-19: 2ªCoríntios 11. 5-10.

1) Missionários não são somente os que fazem missões transculturais, todos os crentes são missionários, porem existe aqueles que devido o seu chamado ele precise dedicar-se integralmente a obra. Neste caso existem os:

1) Evangelistas, 1ªCoríntios 9. 14.

2) Os ensinadores Gálatas 6. 6:

3) Os presbíteros 1ªTimóteo 5. 17-18.

4) Até no caso os diáconos, 1ªTessalonicenses 5.12-13.

2. A filantropia, ou seja, ajuda aos necessitados materiais, Atos 11. 27-28; 20.25: Romanos 15. 26-27: Efésios 4. 28: Gálatas 6. 10.

3.A manutenção dos bens materiais da igreja, tipo salão de reuniões, veículos, pão da ceia, vinho, objetos de limpeza e etc.

4. Realizações de eventos, conferencias, encontros, viagens, confraternizações e etc.


IV. Os que administram as finanças da igreja.

1. Devem ser pessoas escolhidas pelo presbitério da igreja, ou reconhecidos pela sua integridade e honestidade pela mesma, Atos 11. 27-30; 12. 25: 2ªCoríntios 11.16-24.

1) Neste caso podemos destacar alguns fatos importante.

a) Deve ser mais de um irmão que cuide deste serviço, Atos 11. 30: 2ªCoríntios 8. 16, 18, 22.

b) Eles são ministros do evangelho, Atos 12. 25: 2ªCoríntios 8. 19, 23.

c) Eles devem ser zelosos, honestos e transparentes, 2ªCoríntios 8. 20-22.

d) Eles devem ser homens cheio do Espírito Santo e de sabedoria, Atos 6. 3.


V. A recompensa para este importante ministério.

1. Os galardões, Mateus 6. 19-21; 10. 40-42: 1ªCoríntios 3. 10-15; 13. 1-3.

2. Bênçãos materiais, 2ªCoríntios 9. 8-11: Felipenses 4. 14-20.

Que Deus na sua infinita graça e misericórdia diante destes fatos possa abrir nossa mente, e o nosso coração para que exerçamos esta importante função que é contribuir financeiramente para a Sua Obra. Amém.

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